Ataque houthi atinge aeroporto em Israel; companhias aéreas suspendem voos

Um míssil balístico atingiu neste domingo, 4, a área do Aeroporto Internacional Ben Gurion, principal terminal aéreo de Israel, deixando ao menos seis feridos e interrompendo temporariamente as operações.
O ataque, reivindicado pelos rebeldes houthis do Iêmen, provocou uma cratera próximo ao Terminal 3, a menos de um quilômetro da pista. Imagens da polícia israelense mostram o impacto a céu aberto, sem atingir prédios ou pistas de pouso e decolagem.
Seis companhias aéreas internacionais, entre elas Lufthansa, Air France e Wizz Air, anunciaram a suspensão dos voos para o país por ao menos 48 horas.
Segundo o Exército de Israel, o míssil foi disparado do Iêmen e várias tentativas de interceptação falharam. O tipo do armamento foi descrito pelos houthis como um míssil balístico hipersônico. Ainda não se sabe se os destroços encontrados na região foram resultado do impacto direto do míssil ou de um interceptador.
Um jornalista da AFP que estava no local relatou um forte estrondo por volta das 9h35 (03h35 em Brasília), o que levou centenas de passageiros a se abrigarem em bunkers.
O chefe da polícia da região central de Israel, Yair Hezroni, afirmou que a cratera deixada pelo impacto tem "várias dezenas de metros de largura e profundidade". Segundo o serviço de emergência Magen David Adom, quatro pessoas foram feridas pela explosão e outras duas durante a correria para abrigos.
Reação militar e impacto regional
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou que "quem nos causar dano receberá sete vezes mais", em clara ameaça de retaliação.
O ataque reacendeu temores sobre a expansão do conflito de Gaza para outras frentes, com o envolvimento direto de grupos armados apoiados pelo Irã, como os houthis.
Os houthis, milícia xiita baseada no norte do Iêmen, disseram em nota que o ataque demonstra a "falha dos sistemas de defesa de EUA e Israel" e que a ação foi um ato de solidariedade aos palestinos em Gaza.
O grupo também renovou o alerta de que o aeroporto de Tel Aviv não é seguro para o tráfego aéreo internacional.
Este foi o terceiro ataque com mísseis do grupo rebelde contra Israel em dois dias.
Os houthis haviam suspendido suas ofensivas durante uma trégua recente na guerra de Gaza, mas retomaram os ataques em março. Desde então, os EUA intensificaram bombardeios contra alvos houthi no Iêmen, com mais de mil alvos atingidos, segundo autoridades americanas.
A tensão nos céus de Israel já havia motivado, ao longo de 2024, o cancelamento temporário de voos por parte de companhias aéreas temendo ataques de retaliação do Irã ou do Hezbollah, milícia libanesa apoiada por Teerã. Em julho, operações israelenses mataram líderes de alto escalão do Hamas e do Hezbollah em ataques coordenados em Teerã e Beirute.
Reunião de gabinete israelense
Segundo a AFP, o gabinete de segurança de Israel se reunirá neste domingo às 16h (13h de Brasília), após um ataque com mísseis ao principal aeroporto do país e após a imprensa informar sobre uma expansão da ofensiva israelense em Gaza.
Os meios de comunicação israelenses divulgaram no sábado que o gabinete de segurança se reuniria para aprovar um plano para ampliar a ofensiva militar na Faixa de Gaza, com ordens de convocação para dezenas de milhares de reservistas.
(Com EFE e AFP)
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