Café conilon: preço em alta e safra recorde animam produtores para início da colheita

Momento também é uma oportunidade para produtores investirem na modernização das lavouras e manter crescimento nos próximos anos. Colheita começou oficialmente nesta semana no Espírito Santo, maior produtor nacional. Safra recorde e preço em alta animam produtores para início da colheita de café conilon
A colheita do café conilon começou oficialmente nesta semana levando otimismo às lavouras do Espírito Santo, o maior produtor nacional. A alta dos preços e a expectativa de uma safra recorde são motivo de animação para os produtores.
É o caso de Edson Costalonga Filho, produtor rural da região de Timbuí, em Fundão, na Região Metropolitana de Vitória. Nos últimos anos, por conta das temperaturas elevadas, ele registrou perda significativa na produção. Apesar disso, a expectativa é de que, nesta safra, esse cenário melhore.
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"Com certeza é um dos melhores anos, principalmente com relação ao preço. A gente também deu sorte de o clima ajudar muito. A diferença para este ano é que choveu bastante. O clima foi muito favorável desde o 'pegamento' de florada", afirmou.
Edson Costalonga Filho é produtor rural de café conilon em Fundão, no Espírito Santo
Reprodução/ TV Gazeta
Café conilon em alta
Em 2025, a cotação da saca do café conilon atingiu um recorde histórico, ultrapassando R$ 2 mil por quatro meses. Atualmente, a saca de 60 quilos é vendida a aproximadamente R$ 1.500, um valor ainda considerado atrativo.
Para o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, essa arrecadação deve ser utilizada para modernizar a produção e aumentar os rendimentos nos próximos anos.
“Os produtores devem aproveitar este momento de preços razoáveis, de rentabilidade, para renovar as suas lavouras, em novas bases tecnológicas, mais produtivas, reformar os sistemas de irrigação, que sejam mais econômicos, utilizando menos água e energia”, explicou Bergoli.
Esses investimentos vão tornar o parque cafeeiro cada vez mais competitivo. "Está na hora de renovar as lavouras velhas, porque em algum momento os preços vão se acomodar um pouco e a gente tem que fazer o dever de casa, utilizando parte dessa rentabilidade para a renovação dos cultivos e na tecnificação das lavouras. Fazendo isso, lá na frente a gente vai suportar preços mais baixos e, ainda assim, ter mais rentabilidade na nossa cafeicultura", completou.
Grão do café conilon em fazenda do Espírito Santo
Reprodução/ TV Gazeta
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Oportunidade para o mercado capixaba
O Brasil é o segundo maior exportador de café conilon do mundo. Somente o Espírito Santo corresponde por 70% da exportação nacional.
Com a taxação global sobre produtos importados anunciada pelo governo dos Estados Unidos, o receio era o encarecimento e a redução do volume de exportações brasileiras. Na prática, o movimento foi contrário, porque outros países com forte produção de conilon foram taxados de forma severa.
Diante disso, o Brasil e o Espírito Santo ganharam mais espaço no mercado e os produtores aproveitaram o momento.
"Alguns desses exportadores trouxeram clientes de fora, que nunca compraram do Brasil, como Indonésia e Espanha. E eles estiveram aqui visitando a gente, visitando não só as nossas lavouras, mas várias ao longo do estado", finalizou Edson.
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