Justiça dos EUA mantém o fim das operações da Voz da América

Por dois votos a um, o tribunal de recurso dos EUA ratificou no sábado a proibição da volta dos funcionários da agência de notícias governamental Voz da América (VOA), contrariando a expectativa de retorno ao trabalho dos empregados.
Dois juízes nomeados pelo presidente republicado, Neomi Rao e Gregory Katsas, escreveram na sua decisão que os tribunais locais "provavelmente não têm jurisdição sobre as ações do pessoal da USAMG". Uma terceira juíza, Cornelia Pillard, emitiu um parecer contrário à decisão dos colegas, mas foi voto vencido.
Kari Lake, nomeada por Trump para gerenciar a Agência dos EUA para Mídia Global (USAMG, na sigla em inglês), celebrou a decisão do tribunal de recurso com uma postagem efusiva na rede social X. “GRANDE VITÓRIA para os nossos casos na USAMG e na VOA. Grande vitória para o presidente Trump", publicou.
A agência de notícias governamental VOA, criada em 1942, é a maior organização internacional de notícias multimídia dos EUA, fornecendo conteúdo em mais de 45 idioma. Em março, Trump ordenou o desmantelamento da agência governamental USAMG, que supervisiona a VOA e outros meios de comunicação social e distribui fundos federais para as suas operações.
Surpresa
A decisão criou confusão sobre os planos de regresso dos funcionários ao trabalho, pois vários ex-diretores da VOA enviaram uma carta aos membros do Congresso em abril solicitando que interviessem na questão e restaurassem as operações da organização, depois de um juiz ter decidido que o encerramento a pedido de Trump foi ilegal.
"Um advogado do Departamento de Justiça enviou um e-mail ao nosso advogado, David Seide, informando-o de que a USAMG espera que a equipa da VOA inicie um regresso gradual ao trabalho, e que a programação será retomada na próxima semana", escreveu o correspondente nacional da VOA, Steve Herman, na plataforma de redes sociais X.
Dois funcionários da VOA disseram à AFP que as suas contas de e-mail, bloqueadas há semanas, foram reativadas, embora ainda não tenham recebido uma notificação formal de que poderiam regressar ao trabalho.
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