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Rio de Janeiro,06/05/2025

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3 a cada 10 brasileiros são analfabetos funcionais, indica pesquisa; patamar é o mesmo de 2018

g1.globo.com
3 a cada 10 brasileiros são analfabetos funcionais, indica pesquisa; patamar é o mesmo de 2018


Estudo aponta ainda que taxa de analfabetismo é maior entre pessoas com 40 anos ou mais. Brancos são alfabetizados em nível consolidado mais comumente do que negros, indígenas e amarelos. Estudante faz lição em sala de aula.
IBGE
O Brasil não tem avançado no combate ao analfabetismo funcional, e cerca de 29% dos brasileiros de 15 a 64 anos eram analfabetos funcionais em 2024 — mesmo patamar mesmo de 2018, quando foi realizada a edição anterior do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf).
O levantamento considera analfabeto funcional a pessoa que consegue apenas ler palavras isoladas, frases curtas, ou apenas identificar números familiares, como contatos telefônicos, endereços, preços, etc..
O estudo foi coordenado pela Ação Educativa e pela consultoria Conhecimento Social, co-realizada pela Fundação Itaú, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, Instituto Unibanco, UNESCO e UNICEF.
Para mapear as habilidades de leitura, escrita e matemática dos brasileiros, foram ouvidas 2.554 pessoas de 15 a 64 anos, entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, em todas as regiões do país. A margem de erro varia entre dois e três pontos percentuais.
Os resultados foram divididos em cinco categorias:
Analfabeto
Rudimentar
Elementar
Intermediário
Proficiente
Outros destaques do levantamento:
A proporção de analfabetos funcionais ficou em queda de 2001 a 2009, quando estagnou em 27% e assim permaneceu até voltar a crescer em 2018, indo para 29%, onde permanece.
O percentual de analfabetismo funcional é maior entre pessoas de 40 a 64 anos, chegando a atingir 51% das pessoas com 50 anos ou mais.
Em contrapartida, o maior percentual de pessoas funcionalmente alfabetizadas se encontra nas faixas de 15 a 29 anos (84%) e 30 a 39 anos (78%).
A desigualdade também se mantém no aspecto racial, e de maneira drástica. Em 2024, 41% dos que se declararam brancos foram considerados alfabetizados consolidados (intermediário ou proficiente). Entre os pardos e pretos, apenas 31% estavam na mesma categoria, e ainda menos (19%) amarelos e indígenas alcançaram os mesmos níveis.
Em uma tendência já observada nos anos anteriores, as mulheres ficam, em média, em patamares superiores aos dos homens: 73% das mulheres são consideradas funcionalmente alfabetizadas, enquanto a proporção é de 69% entre os homens.
O levantamento conclui que a alta taxa de alfabetizados entre os mais jovens evidencia o “efeito positivo das políticas de inclusão e valorização da escola para crianças e jovens realizadas nas últimas duas décadas”, já que a brasileiros dentro deste recorte de idade “são os que se beneficiaram das políticas de inclusão massiva da população na escola.”
O Brasil não atingiu duas das três metas para o ensino público no Ideb
Ana Lima, coordenadora do estudo, destaca que esses resultados já eram observados há duas décadas, o que evidencia uma transformação no panorama educacional brasileiro. Mas não pode parar por aí.
O importante agora é assegurar avanços no desenvolvimento contínuo das habilidades de letramento e numeramento dos brasileiros, tanto para aqueles que ainda estão na escola quanto para os que já estão fora dela.
O g1 procurou o Ministério da Educação (MEC) a fim de repercutir o estagnamento da taxa de analfabetismo, que havia caído em outros momentos nas décadas anteriores, mas não teve resposta até a publicação da reportagem.
A pasta também foi perguntada sobre ações de alfabetização voltadas para pessoas com mais de 40 anos. O espaço segue aberto.
Analfabetismo funcional, alfabetismo elementar e consolidado
O analfabeto funcional consegue identificar algumas palavras isoladas, ler frases curtas e diretas, mas não consegue compreender frases mais longas ou construções textuais mais complexas. Ele também tem uma baixa compreensão dos números, podendo apenas identificar dígitos familiares de alguma maneira. A categoria é formada da soma de analfabetos e alfabetizados rudimentares.
Já a pessoa alfabetizada em nível elementar tem uma compreensão maior do que a analfabeta funcional, mas ainda bastante limitada. Ela é capaz de selecionar uma ou mais informações em textos de extensão média, e consegue resolver problemas com operações básicas (somar, subtrair, multiplicar e dividir) e números da ordem do milhar.
Por fim, os alfabetizados em nível consolidado estão nas categorias intermediária e proficiente da escala utilizada no levantamento Inaf.
Uma pessoa no nível intermediário é capaz de identificar informações em textos diversos e até consegue resolver situações matemáticas envolvendo porcentagem e proporção.
E aquela que é proficiente, além de possuir as mesmas capacidades de uma pessoa com alfabetização intermediária, ainda elabora textos de maior complexidade e interpreta tabelas e gráficos mais complexos. Uma pessoa nessa categoria está apta a resolver situações-problema em contextos diversos e que envolvem diversas etapas.
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