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Rio de Janeiro,12/05/2025

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Columbia encerra ano acadêmico sob sombra de pressões de Trump

exame.com
Columbia encerra ano acadêmico sob sombra de pressões de Trump

Biliana, estudante sul-americana da Universidade de Columbia, prepara-se para as provas com medo de ser presa pela polícia de imigração. Os professores lutam para salvar suas pesquisas diante dos cortes do governo do presidente Donald Trump. O campus de Nova York encerra o ano acadêmico em crise.


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"Estamos apenas tentando ir às aulas normalmente", mas "a situação é aterrorizante", disse Biliana, 29 anos, que pediu para ser citada com um nome falso e para esconder seu país de origem por medo de ser reconhecida.


Após as prisões de estudantes estrangeiros, "sentimos que não devemos dizer nada, compartilhar nada. Meus amigos e eu não postamos nada no Twitter. A maioria deles exclui seus tweets" por medo de serem identificados por uma mensagem política demais, acrescenta ela em um corredor da Faculdade de Direito de Colúmbia.


Quando os ativistas se manifestam contra a guerra em Gaza, como quando ocuparam uma biblioteca esta semana, ela se afasta por medo de ser fotografada e associada ao movimento.


Cargos eliminados


A ofensiva do governo Trump, que acusa as universidades de permitir o florescimento do antissemitismo em meio aos protestos contra a guerra de Gaza, também teve um impacto orçamentário sobre a Columbia, que perdeu US$ 400 milhões em auxílio federal.


Ao contrário de Harvard, que processou o governo por causa dos cortes, a Columbia diz que as negociações ainda estão em andamento.


No entanto, na quarta-feira, sua presidente interina, Claire Shipman, anunciou que a instituição cortou 180 cargos de pesquisa.


O impacto vai além. A professora de psiquiatria Rebecca Muhle explica que, para um de seus projetos de pesquisa sobre autismo, sua bolsa dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) "não foi cortada, mas não foi financiada; está no limbo".


— Não posso contratar ninguém nem fazer grandes investimentos porque não tenho o próximo nível de financiamento — lamenta.


— É o caos. E não se faz ciência no caos.


— Muitos subsídios estão nessa situação, mas passam despercebidos porque não são oficialmente cortados — acrescenta.


“O primeiro ato”


Matthew Connelly, professor do Departamento de História, especializado em segredos de Estado e sua desclassificação, foi notificado sobre a retirada de dois subsídios do Fundo Nacional para as Humanidades (NEH), “sem nenhuma justificativa”.


Os fundos apoiavam um programa de treinamento sobre arquivamento de dados históricos na era digital, "um dos grandes desafios para os pesquisadores" no futuro, disse ele.


— Os perdedores serão aqueles que não terão mais acesso a esses cursos de treinamento — lamenta.


No entanto, ele não está desanimado.


— As universidades são um alvo porque tudo o que fazemos é totalmente contrário à agenda do governo Trump. Se pararmos de ensinar, pararmos de treinar nossos alunos e pararmos de fazer pesquisas, estaremos dando a ele uma vitória — disse.


— Esse não é apenas um ataque à Columbia — acrescenta Oscar Wolfe.


— Este é o primeiro ato de um ataque à sociedade civil.




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