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Rio de Janeiro,18/05/2025

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Ministério rastreou ovos para incubação fornecidos pela granja onde foi identificado foco de gripe aviária

g1.globo.com
Ministério rastreou ovos para incubação fornecidos pela granja onde foi identificado foco de gripe aviária


Unidades serão destruídas. Vários países já suspenderam a compra de carne de frango brasileira. Caixas de ovos e outros itens são queimados em buraco no chão de granja na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, após a confirmação de caso de gripe aviária
REUTERS/Diego Vara
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou neste sábado (17) que conseguiu rastrear o destino dos ovos que estariam com foco de gripe aviária H5N1 em uma granja comercial no Rio Grande do Sul.
De acordo com o órgão, os foram enviados para granjas localizadas nos estados de Minas Gerais, Paraná e no próprio Rio Grande do Sul, região onde foi identificado o primeiro caso.
"O Mapa já orientou a adoção das medidas de saneamento definidas no plano de contingência pra influenza aviária e doença de Newcastle, que prevê a destruição desses ovos de maneira a mitigar qualquer risco". afirmou o ministério em nota.
A detecção ocorreu no município de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e foi informada na manhã desta sexta (16).
Escavadeira abre buraco em chão de granja avícola na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, após a confirmação de caso de gripe aviária.
REUTERS/Diego Vara
O Ministério ainda informou que não há comprovação de que as unidades estão contaminadas com o vírus, mas que os protocolos de contingência para a doença preveem que os ovos sejam destruídos, como forma de conter qualquer proliferação da doença.
"Ressaltamos que não há comprovação de que tais ovos estejam contaminados com vírus da gripe aviária e que todas as medidas necessárias para proteção da avicultura nacional estão sendo adotadas, reforçando o compromisso do Mapa com a sociedade e com o setor produtivo", afirmou o Mapa em nota.
Ainda de acordo com o Ministério, os ovos para incubação, fornecidos pela granja com o foco da influenza aviária de alta patogenicidade, gripe aviária, em Montenegro, já foram rastreados quanto aos seus destinos.
Eles não são ovos para consumo humano, as unidades são utilizadas como matrizes fertilizadas pra gerar novas aves. Por isso, o ministério aponta que não há risco de contaminação humana.
“Não há risco da pessoa se contaminar consumindo carne de frango e ovos. Ela pode consumir com tranquilidade”, disse Fávaro em entrevista à GloboNews.
Suspensão de venda
A China, União Europeia, Argentina, Uruguai e México anunciaram que suspenderam as importações de frango do Brasil, após o 1º registro de gripe aviária no país em granja comercial.
Placa bloqueia entrada em granja avícola após a confirmação de caso de gripe aviária em Montenegro, no Rio Grande do Sul
REUTERS/Diego Vara
O Ministério da Agricultura reforça que não existe risco no consumo da carne ou de ovos.
"Não é o consumo humano que está em risco, e sim a contaminação sanitária dos plantéis comerciais", afirmou o ministro Carlos Fávaro. "Você exportar uma carne contaminada com aquele vírus e ele contaminar os plantéis comerciais."
O Brasil é o maior exportador de frango no mundo e o terceiro maior produtor.
Depois da China, os maiores compradores das aves brasileiras no exterior são os Emirados Árabes e o Japão, segundo a associação de produtores, a ABPA.
Raio X da produção e venda de carne de frango do Brasil
Arte g1
Como se dá a suspensão
Em entrevista do g1, o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Marcel Moreira, explicou que as exportações de todos os estados do Brasil estão suspensas para a China e União Europeia.
E que a medida faz parte de acordos que preveem bloqueios automáticos em caso de doenças em granjas. É próprio Brasil que faz o bloqueios (entenda abaixo).
Para os demais clientes do Brasil, como África do Sul, Japão, Emirados Árabes, Reino Unido, Filipinas, Arábia Saudita, há acordos regionalizados.
Para alguns, são suspensas as vendas somente do que é produzido no local de foco da doença; para outros, ela se estende ao município ou ao estado afetado.
"Com o Japão, por exemplo, nós temos um acordo por município que negociamos recentemente. Então, obviamente, nós paramos as exportações de Montenegro para lá", exemplifica.
O Rio Grande do Sul já havia interrompido as vendas de frango para a China em 2024, por causa após a detecção da doença de Newcastle em aves.
Moreira explica que o acordo com a Argentina prevê o bloqueio da exportação do que é produzido em um raio de até 10 km do foco da contaminação. No entanto, o governo argentino publicou uma nota dizendo que suspendeu as importações de frango do Brasil, sem especificar se fará isso apenas dos locais próximos a Montenegro.
Frango em números: Brasil é o maior exportador mundial e China é maior cliente
Cabe ao Brasil suspender as vendas
Moreira esclarece ainda que os acordos sanitários preveem que é o próprio Brasil que precisa suspender automaticamente as exportações de frango quando há detecção de doenças em granjas.
Isso acontece antes mesmo de os países anunciarem restrições.
"É um procedimento já acordado, país a país, para garantir a credibilidade do Brasil em mercados internacionais", explica Moreira, do Ministério.
"Obviamente, estamos esperando as reações dos países. Precisamos aguardar. É final de semana, o horário não favorece, mas em breve devemos começar a receber as respostas dos países em relação ao ocorrido", afirmou.
O que acontece agora
Moreira explica que, passados 28 dias após a desinfecção da granja de Montenegro, o Brasil pode se autodeclarar livre de gripe aviária em granjas comerciais, caso não haja nenhum outro foco.
Essa é uma regra da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), detalha.
Se o Brasil não tiver novos focos após esse período, pode negociar as reaberturas de mercado para o frango nacional.
Caso inédito
Segundo o governo federal, o foco em Montenegro é o primeiro de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) detectado na avicultura comercial do país.
Veja onde fica Montenegro, onde primeiro foco de gripe aviária em granja foi confirmado
Foto: Arte/g1
Casos da doença registrados anteriormente no Brasil ocorreram em aves silvestres, ou seja, que vivem soltas na natureza, e em criações para subsistência, que não são comerciais.
Em 2023, por conta desses focos, o Ministério da Agricultura declarou emergência zoossanitária no país.
O vírus da gripe aviária, H5N1, circula desde 2006, especialmente na Ásia, na África e no Norte da Europa. "Nós tivemos a chegada deste vírus em aves migratórias, silvestres, há exatos 2 anos, e tínhamos, infelizmente, a convicção de chegaria a granjas comerciais", disse Fávaro à GloboNews.
"Nenhum país do mundo conseguiu segurar tanto tempo depois da chegada em animais silvestres . O Brasil conseguiu mais 2 anos. Com isso, revisamos diversos protocolos sanitários."
Os Estados Unidos sofreram recentemente com os casos de contaminação em granjas, o que levou à morte de mais de cem milhões de aves e fez o preço dos ovos disparar naquele país. Com isso, os EUA passaram a comprar este alimento do Brasil.
ENTENDA: como aves migratórias carregam vírus pelo mundo
Rota de paraguaios escravizados pela máfia do cigarro
Arte/g1




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