Como esta serpente de duas cabeças sobreviveu de forma rara — e surpreendeu cientistas

No East Bay Vivarium, em Berkeley, Califórnia, um nascimento raro atraiu a atenção de dois funcionários, há sete meses.
Ao abrir o equipamento, encontraram um filhote de California kingsnake (Lampropeltis californiae).
Ele tinha uma característica única: duas cabeças bem formadas. Cada cabeça se movia e agia de forma independente.
A espécie tem coloração branca com manchas negras e é não venenosa. Recentemente, surgiu um raro caso de gêmeos siameses.
Johnathan Emberton, o dono do vivário, disse que o réptil tem apenas um conjunto funcional de órgãos internos. Isso é essencial para sua longa sobrevivência. A segunda cabeça, embora ativa e responsiva, não se alimenta e não parece ter controle digestivo].
“Ela respira, olha ao redor, movimenta a língua e se irrita quando é tocada”, explicou Emberton ao Popsci.
Mas quem se alimenta de verdade é a cabeça dominante. “A outra demonstra um leve interesse, mas nunca tentou comer.”
Casos de animais com duas cabeças não são inéditos no vivário.
Nos últimos 35 anos, a equipe viu o nascimento de tartarugas, lagartos e cobras com essa anomalia.
Quase todos os espécimes morreram logo após o nascimento. Isso aconteceu principalmente por causa da competição entre órgãos duplicados ou falhas sistêmicas.
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Um sobrevivente improvável
Este filhote de California kingsnake, diferente dos outros, parece ter se beneficiado de sua anatomia única. Com apenas um coração, um par de pulmões e um estômago, a chance de conflitos fisiológicos é reduzida.
“Se tivesse dois sistemas internos completos, provavelmente já estaria conservado em um frasco de álcool”, comenta Emberton.
Radiografias mostram onde as cabeças se fundem. Elas também indicam que o esôfago da segunda termina logo antes da junção corporal.
[grifar]Mesmo com a condição rara, o animal come bem e troca de pele com facilidade, o que surpreendeu os cuidadores.
O animal foi batizado de Zeke e Angel, em homenagem aos funcionários que o encontraram.
O réptil agora vive sob observação. A equipe estuda agora qual será o destino de longo prazo do animal, que deve ser decidido após seu primeiro aniversário, previsto para os próximos meses.
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