Trump cogita aceitar Boeing de luxo como presente do Catar, diz imprensa americana

O governo Trump planeja aceitar um luxuoso avião Boeing 747-8 como doação da família real do Catar, que será modernizado para servir como Air Force One, possivelmente o maior presente estrangeiro já recebido pelo governo dos EUA, disse uma autoridade sênior com conhecimento direto do assunto ao jornal New York Times.
O plano levanta questões éticas substanciais, dado o imenso valor do avião luxuosamente equipado e o fato de que Trump planeja usá-lo após deixar o cargo. Vendido novo, um Boeing 747-800 comercial custa cerca de US$ 400 milhões.
O avião particular de Trump, conhecido como "Trump Force One", é um jato 757 mais antigo que voou pela primeira vez no início da década de 1990 e foi usado pelo cofundador da Microsoft, Paul Allen. O republicano comprou o exemplar em 2011. Se o presidente continuasse a usar o jato do Catar depois de deixar o cargo, ele seria um avião substancialmente mais novo para seu próprio uso.
O plano — noticiado anteriormente pela ABC News — deve ser anunciado nos próximos dias, quando Trump fizer a primeira viagem internacional prolongada de sua presidência a três países do Oriente Médio, incluindo o Catar. A medida atenderá ao desejo do presidente de ter um novo Air Force One, após repetidos atrasos envolvendo um contrato do governo com a Boeing para dois novos jatos para esse fim.
Trump visitou o 747 de propriedade do Catar, com pouco mais de uma década de uso, enquanto estava estacionado no Aeroporto Internacional de Palm Beach em fevereiro. O New York Times noticiou na época que o jato estava sendo considerado como um possível novo Air Force One.
A aeronave doada pelo Catar deverá ser modernizada por uma empreiteira militar chamada L3Harris, no Texas, e as obras poderão começar assim que o governo aprovar a forma como a aeronave será adquirida, afirmou a autoridade. A previsão é de que o equipamento militar esteja concluído até o final do ano, permitindo que Trump o utilize enquanto estiver no cargo.
Um porta-voz da Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário.
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