Livros sobre Raul Seixas, Janis Joplin no Brasil, gravadora Kuarup e criação de canção ampliam a bibliografia musical

Capas dos livros ‘Como escrever uma canção’, ‘Janis Joplin só queria sambar’, ‘Eu sou Eu fui Eu vou – Uma biografia de Raul Seixas’ e ‘Tocando em frente’
Reprodução / Montagem g1
♫ NOTÍCIA
♪ A bibliografia musical brasileira ganha quatro títulos. Fundador e líder da banda de rock Wilco, Jeff Tweedy discorre sobre a criação de composições em Como escrever uma canção. Autor de biografias alentadas de nomes relevantes da música brasileira. como o compositor Assis Valente (1911 – 1958), o cantor Evaldo Braga (1947 – 1973) e o músico Jacob do Bandolim (1918 – 1969), o jornalista Gonçalo Junior relata as aventuras de Janis Joplin (1943 – 1970) no Brasil de 1970 no livro Janis Joplin só queria sambar.
Já o jornalista Rogério Medeiros, autor de importante livro sobre a psicodelia do Recife (PE) editado em 2022, volta ao mercado com livro sobre Raul Seixas (1945 – 1982), Eu sou Eu fui Eu vou – Uma biografia de Raul Seixas.
Por fim, Tocando em frente – A história da produtora Kuarup ou como sobreviver na economia criativa do Brasil conta a história da gravadora e produtora Kuarup, fundada em 1977. O livro é assinado por Mario de Aratanha, Adriana Del Ré e Alcides Ferreira.
♪ Eis um breve análise sobre cada livro:
Capa do livro ‘Como escrever uma canção’
Divulgação
♬ Como escrever uma canção – Jeff Tweedy (Edições Sesc)
♫ O compositor da banda norte-americana Wilco fez espécie de manual sobre a arte de criar uma canção. Dividido em quatro partes, o livro Como escrever uma canção tem caráter didático na segunda (repleta de exercícios) e na terceira partes. “Canções são misteriosas”, confidencia Tweedy logo no início da introdução. O manual é baseado na rotina de criação do artista.
Capa do livro ‘Janis Joplin só queria sambar’
Divulgação
♬ Janis Joplin só queria sambar – Gonçalo Junior (Editora Noir)
♫ Muito se fala sobre a vinda de Janis Joplin ao Brasil em 1970. Gonçalo Junior ignora as lendas e, com base em entrevistas e pesquisas, historia os fatos em livro que mostra como o artista norte-americana incomodou o governo ditatorial que amordaçava o Brasil nos anos de chumbo. O autor detalha a passagem de Joplin pelos estados do Rio de Janeiro e Bahia durante cerca de um mês, mostrando como a presença libertária da artista incomodou os censores e gerou a proibição de show que a cantora tinha planejado fazer de graça em Ipanema, bairro cartão-postal da cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Capa do livro ‘Eu sou Eu fui Eu vou – Uma biografia de Raul Seixas’
Divulgação
♬ Eu sou Eu fui Eu vou – Uma biografia de Raul Seixas – Rogério Medeiros (Editora Valsa dos Cogumelos)
♫ Já há vários livros no mercado sobre Raul Seixas. O jornalista recifense apresenta narrativa convincente sobre a vida e obra do artista baiano sem mudar o curso de história já contada. Reproduções de trechos de reportagens sobre Raul entrecortam essa narrativa que constitui os passos de Raul desde a infância em Salvador (BA) até os dias finais em São Paulo (SP). A intenção de Rogério Medeiros foi retratar Raul Seixas sem os folclores sobre o Maluco Beleza, mas com a complexidade e as contradições de toda alma humana.
Capa do livro ‘Tocando em frente’
Divulgação
♬ Tocando em frente – A história da produtora Kuarup ou como sobreviver na economia criativa do Brasil – Mario de Aratanha, Adriana Del Ré e Alcides Ferreira (Editora Kuarup)
♫ A história em si é excelente, pois fundar gravadora independente em 1977 para caminhar na contramão do mercado fonográfico brasileiro foi ação heroica. Infelizmente, o relato dessa história resultou frio, sem emoção. Dividido em duas partes (a primeira escrita por Mario de Aratanha e a segunda por Alcides Ferreira com o auxílio da jornalista Adriana Del Ré), o livro Tocando em frente por vezes parece um house organ da Kuarup. A escrita pesada e sem fluência contribui para tornar cansativa a leitura.
COMENTÁRIOS